
Após o depoimento, ela seguiu até o Instituto Médico Legal (IML) de Santa Maria para retirar o corpo do filho, que será velado em Nova Hartz.
— O Théo estava ansioso para visitar o pai. Queria deixá-lo feliz. Nunca imaginei isso — disse ela à reportagem do jornal santa-mariense.
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Bastante abalada, Abigail ainda encontrou forças para agradecer o apoio de amigos e familiares e tentou expressar a dor que sente:
— Como é que é para uma mãe saber que o pai jogou o filho de uma ponte, né? Eu não acreditei até ver, pela imprensa, os policiais na ponte. O pessoal sabia mais da história do que eu. Acho que fui a última a saber de tudo. Vários fatos ainda estão acontecendo. E, hoje, só vim buscar meu filho, levar para casa — afirmou.
Abigail relatou os momentos anteriores ao crime. O último dia em que viu o filho foi no sábado (22). Na ocasião, Théo estava animado com a visita ao pai, Tiago Felber, de 40 anos.
— Ele (Théo) estava ansioso para visitar o pai. Queria deixá-lo feliz. Nunca imaginei o que ele (Tiago) iria fazer. Ele era um bom pai, eu achava, mas um bom pai não faz isso com o próprio filho. Ele é um monstro. Não tem cabimento, o nível de crueldade. A gente está desolado. Ele acabou com a minha família, com tudo. Nunca achei que ele iria matar o próprio filho. Nunca, nunca, nunca — desabafou.
Abigail contou que nunca recebeu ameaças do ex-companheiro. A separação ocorreu em outubro, e ela saiu de casa dois meses depois. Segundo relatos, Tiago teria mencionado ameaças a familiares:
— Alguns falam que ele comentou com os parentes, mas isso nunca chegou até mim. Essas ameaças, de que ia me matar, ele dizia para eles. Acho que ninguém acreditou. Anunciei a separação em outubro, mas saí de casa em dezembro — finalizou a mãe.
Théo será velado em Nova Hartz, cidade onde Abigail atualmente reside. A Escola Municipal de Ensino Fundamental (EMEF) Imigrante, onde o menino estudava, prestou diversas homenagens com balões, desenhos e cartazes.
O autor do crime está preso no Presídio Estadual de São Gabriel. A Polícia Civil deve revistar a casa onde o pai morava, no bairro Cidade Nova, em busca de vestígios de uma possível tentativa de homicídio ocorrida na véspera da morte da criança.
Reportagem: Marcelo Ribeiro, com informações do Diário de Santa Maria