Mais de 30 mil carros enchem as ruas de Alegrete

A cada dia que passa o trânsito de Alegrete está mais caótico. Ruas congestionadas, cruzamentos trancados, e falta de estacionamento na área central, são alguns dos problemas que os motoristas precisam enfrentar no dia a dia.

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Segundo informações do Departamento Nacional de Trânsito, em 2010, Alegrete possuía 25.797 veículos emplacados no município. Pesquisa revela que em fevereiro de 2015, este número passou para 33.472. Um aumento de quase 30%, em apenas 5 anos. Considerando a população estimada pelo IBGE de 78.768 habitantes, a média é que cada dois alegretenses possua um veículo.

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Do total, 18.890 são automóveis, seguido por 7.531 motos, 4398 caminhonetes, 1146 caminhões, 299 ônibus, e 1208 outros (triciclo, ciclomotor, trator, sidecar, e utilitários).

Nestas informações não estão incluídos os veículos que circulam na cidade, com placas de outros municípios.

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Se os dados continuarem na mesma proporção, estatísticas revelam que até 2050, cada alegretense, incluindo jovens e crianças, poderá ter no mínimo um veículo.

Consequências

Além das dificuldades de locomoção, o cansaço físico, mental e o estresse tem prejudicado a saúde de muitas pessoas.

Solução

Novos corredores de ônibus, terminais de transporte coletivo, espaços para pedestres, mudança no sentido de vias e construção de ciclovias foram algumas das sugestões mencionadas na audiência pública, com o tema Mobilidade Urbana, promovida pela Câmara de Vereadores, no dia 17 de abril.

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O problema global já levou megacidades mundiais a tomar medidas mais drásticas:

Pedágio urbano: algumas metrópoles europeias como Londres, Oslo e Milão cobram tarifas de carros que circulam no centro da cidade. Os recursos arrecadados são investidos na melhora do transporte público. Em Londres, onde se cobra o equivalente a 35 reais por dia dos motoristas que utilizam as ruas do centro das 7h às 18h, a medida reduziu em 30% os veículos na região. Em Cingapura, o pedágio fez o uso de ônibus crescer 15% e o engarrafamento reduzir em 40%.

Desmotorização: americanos e europeus estão aprendendo a viver sem carro com soluções simples. Em Manhattan, não há estacionamentos. Em Munique, na Alemanha, novos prédios só podem ser construídos sem garagem. Medidas como essas têm estimulado investimentos em transporte público de qualidade.

Sistema de cotas: em Cingapura, há um limite de número de carros por família e cada licença pode chegar a custar 21.000 reais. Hoje, menos de 30% das famílias possuem carros.

Carona solidária: em horários e locais pré-estabelecidos, o motorista que estiver circulando com menos passageiros do que o permitido é multado – um estímulo à carona solidária e à redução do número de carros em circulação. Na Coreia do Sul, desde 1996, a capital Seul cobra o equivalente a 4,80 reais de carros que passam por duas de suas avenidas com menos de dois passageiros. Resultado: a quantidade de veículos caiu 34%.