Memórias de Carnaval| Os bailes no Clube Casino foram inesquecíveis

O Clube Casino não era diferente: uma época de grandes bailes de Carnaval. Essa festa remonta ao início do século XX, com décadas e décadas de alegria e tradição, onde todas as gerações das famílias brincavam juntas.

O jornalista e vereador Paulo Berquó relata que os bailes de Carnaval do Cassino sempre contavam com a animação do conjunto LBS, principalmente.

Mesmo depois das grandes festas carnavalescas, ainda sobrava fôlego aos pais para levar os filhos ou netos aos bailes infantis.

Eram, sem dúvida, as principais festas do clube, com blocos tradicionais que sempre reservavam as mesmas mesas. No Cassino, os sócios já sabiam onde seriam suas mesas.

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— Era uma folia organizada, e os blocos primavam pelas fantasias. As mulheres caprichavam. Era uma festa tão linda, que atravessou quase um século, que ninguém poderia supor que teria fim — comentou Berquó.

Ele lembra que a confraternização entre todos os clubes acontecia no último dia, quando o Carnaval encerrava com a volta do Manequinho no centro da Praça Getúlio Vargas. Conta que sua família sempre fez parte do Carnaval do clube, na esquina da Getúlio Vargas. Sua avó Leni fazia parte do Bloco da Lua nos anos 30 e 40 e, depois, do Clube das Meninas.

— Minha mãe era um acontecimento, linda. Sempre dividia as mesas com a Sônia Jorgens — recorda.

As marchinhas eram as tradicionais “Mamãe Eu Quero”, “Bandeira Branca”, “As Pastorinhas”, “Me Dá um Dinheiro Aí”, “Eu Quero É Botar Meu Bloco na Rua”, “Alalaô” e “Chiquita Bacana”.

Em Alegrete, Bagre Fagundes consagrou a marchinha “Crise de Trago”, popularmente conhecida pelo refrão: “Estão dizendo que esse ano que aí está vai faltar cerveja.”

O Bloco do Funil visitava os clubes e, no Cassino, a Escola de Samba Unidos da Canudos sempre comparecia aos bailes nos anos 70. Era a única oportunidade em que os negros entravam no Cassino, cita.

Havia momentos peculiares: sempre o baile era interrompido em certo momento porque o queridíssimo colunista social Fernandinho Carús subia ao palco e cantava “Conceição”, de Cauby Peixoto. Era folclórico, mas todo mundo aplaudia e o baile continuava.

— Pode colocar que, nos anos 70 e 80, mesmo proibido, o lança-perfume no Cassino era liberado. Ninguém reprimia. E, nos anos 50 e 60, fazia parte da festa, assim como confete e serpentina — conclui.


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