
Tatiana da Silva Marques disse ao G1 que lembra a todo momento do filho. Pai matou menino por ‘desavenças’ com a mãe.
A mãe do menino Bernardo Osório, de 1 ano e 11 meses, afirmou nesta segunda-feira (9) que está aliviada após a identificação do corpo do filho, encontrado na Bahia na última quinta (5). O garoto foi morto pelo pai, o servidor público Paulo Roberto de Caldas Osório, que confessou ter cometido o crime por conta de “desavenças com a mãe” (entenda abaixo).
O corpo da criança será enterrado em Brasília, mas a data do velório ainda não foi marcada. Ao G1, Tatiana da Silva Marques disse que tem lembranças do filho a todo momento.
“Tudo faz lembrar, afinal meu dia começava por ele e terminava com ele. É uma vazio enorme. A gente tenta não pensar no assunto, mas é impossível.”
No fim da noite deste domingo (8), Tatiana usou uma rede social para se despedir do único filho. Em homenagem ao menino, a mãe postou a música “Gostava tanto de você”, de Tim Maia.
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2019/7/o/esyBuQQC2895BzbrVSrw/postagemmaebernardo.jpg)
Mãe de Bernardo postou letra da música ‘Gostava tanto de você’, de Tim Maia e fotos do filho, morto pelo pai no DF — Foto: Facebook/Reprodução
O crime
De acordo com a Polícia Civil, Bernardo Osório, de 1 ano e 11 meses, foi morto pelo pai, Paulo Roberto de Caldas Osório, dentro da casa onde mora o funcionário do Metrô-DF, na Asa Sul, em Brasília. O assassinato ocorreu na noite de sexta-feira, 29 de novembro.
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2019/B/O/Ku7rjWSpaCfx0UoLbBHA/osorio-ivula.jpg)
Suspeito de homicídio Paulo Roberto de Caldas Osório — Foto: PCDF/Divulgação
Segundo o delegado Leandro Ritt, da Delegacia de Repressão à Sequestros (DRS), as investigações foram concluídas e mostram que Osório agiu sozinho. “Ele matou a criança no mesmo dia em que buscou o menino na creche”, afirma
“Finalizamos a investigação e concluímos que a criança foi morta ainda dentro de casa.”
Após buscar Bernardo na creche, também na Asa Sul, Osório dopou a criança com medicamentos misturados a um suco de uva. O servidor público já planejava o crime e a fuga, segundo o investigador.
O caminho que o pai de Bernardo fez
O delegado afirma que, após o crime, Osório dirigiu até a cidade de Luís Eduardo Magalhães, na Bahia – a cerca de 500 quilômetros de Brasília – com o pequeno Bernardo morto dentro do carro.
Antes de pegar a estrada, porém, ele passou em casa, na 712 Sul – mesmo local onde matou a própria mãe, em 1992. Câmeras de segurança registraram o momento em que ele deixou a residência, de carro.

Câmeras de segurança registraram Paulo Roberto Osório saindo de casa na Asa Sul
“Ele chegou lá por volta de 3h de sábado (30). Dormiu em um hotel, deixando o cadáver no veículo.”
Ainda de acordo com a polícia, quando amanheceu, o servidor público deixou o hotel e foi até a zona rural de Palmeiras, cidade da Chapada Diamantina, a 520 quilômetros de Luís Eduardo Magalhães (veja mapa abaixo).
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2019/m/2/rL7gdKSiCODi7VnKUM9w/mapa-bahia.jpeg)
Paulo Osório dirigiu até a cidade de Luís Eduardo Magalhães, na Bahia — Foto: TV Globo/Reprodução
“No povoado de Campos de São João, ele abandonou o corpo de Bernardo na beira da pista, junto com a cadeirinha do bebê”, afirma o delegado.
Após abandonar o corpo do filho, Osório teria seguido viagem até Salvador, onde dormiu. Segundo Ritt, ele passou o domingo na capital baiana e depois foi para um hotel, em Alagoinhas, perto de Feira de Santana.
Foi neste hotel que o servidor público acabou preso por agentes da Divisão de Repressão a Sequestros (DRS), na segunda-feira (2). O delegado não quis falar sobre como os investigadores chegaram até a localização de Paulo Roberto de Caldas Osório.
Trazido para Brasília, o homem confessou o crime. Os policiais filmaram o depoimento.

Depoimento de suspeito de matar filho de menos de 2 anos, no DF
O corpo de Bernardo
Na quinta-feira (5), a Polícia Civil da Bahia encontrou o corpo da criança, mas não foi possível identificá-lo imediatamente por conta do estado de decomposição.
Um colar de âmbar no pescoço do menino e a cadeirinha usada no carro para transportar a criança, levaram os policiais e a família a acreditar que se tratava de Bernardo. Análises feitas inicialmente foram inconclusivos, mas um exame de DNA comprovou que tratava-se do garoto.
Fonte: G1