Michel Teló fala sobre seu livro, “Bem Sertanejo”

A música sertaneja viveu o seu primeiro grande agito em nível nacional no começo da década de 1990. Duplas como Leandro & Leonardo e João Paulo & Daniel abusavam das letras românticas e o gênero começava a ser sucesso de vendas e a ser bem ouvido pelas rádios brasileiras. Mas foi na década de 2000 que, não só duplas, mas, principalmente, cantores transformavam a música feita no campo em um fenômeno popular no país.

Michel Teló é um dos responsáveis. Com o hit “Ai Se Eu Te Pego”, a música sertaneja entrou no roteiro internacional – e ainda não saiu. Rádios, casas de shows, festas, a música sertaneja dominou o país. A prova disto é o Hot 100 Brasil, que atualmente conta com 19 músicas do gênero entre as 20 melhores colocadas.

De olho nessa onda que entrou quase sem pedir licença, Teló viajou o Brasil com o quadro “Bem Sertanejo” – exibido no programa Fantástico, da Rede Globo – entrevistando nomes representativos da música sertaneja para explicar essa trajetória que passa por Milionário & José Rico, Sérgio Reis, e vai até os cantores Luan Santana e Gusttavo Lima.

Qual conclusão você tira depois do trabalho realizado em “Bem Sertanejo”?

Esse foi um projeto que eu tinha em mente há muitos anos. A ideia inicial era fazer só o DVD, mas a maneira como a Globo abraçou a ideia e a repercussão com o público me deixaram muito emocionado. Foi um prazer gravar com cada artista e ter a oportunidade de contar a história da música sertaneja, através do bate-papo e das músicas. Foi uma honra pra mim.

Imagino que muitos dos entrevistados você já ouvia há muito tempo e são ídolos para você. Qual foi a pessoa/dupla que te deu mais nervoso?

Todos os encontros foram muito especiais. Gravar com Chrystian e Ralf foi emocionante porque sempre fui fã e não os conhecia. Eles cantaram todas as modas que eu tinha vontade de ouvir, eu toquei sanfona, foi muito bom. Milionário e José Rico também foi emocionante, pela história deles com a música. Almir Sater, que eu não conhecia também, e realizei esse sonho; cantar com ele no Pantanal foi muito especial pra mim. Difícil falar um nome só, todos são muito importantes pra mim, todos são ícones da música.

Faltou alguém que você gostaria de entrevistar?

Faltaram vários. Trio Parada Dura, Rio Negro e Solimões, César e Paulinho, Mato Grosso e Matias. São nomes muito importantes para a música sertaneja.

Você, se não fosse o entrevistador, com certeza seria um dos entrevistados desse quadro. Como você avalia a sua importância dentro desse cenário?

Fico muito feliz de poder contribuir para o cenário sertanejo, levei a música sertaneja para o mundo e tenho muito orgulho disso.

Com tantas entrevistas de variados nomes de diferentes épocas, você consegue explicar o motivo da música sertaneja ser o gênero mais popular do Brasil?

O Brasil é sertanejo. A música sertaneja sempre foi muito rural, e o Brasil deixando de ser rural e virando urbano exigiu que a música sertaneja ficasse urbana também. É uma música simples, que sabe tocar o coração das pessoas, seja em qualquer estilo que ela for cantada. O sertanejo soube se popularizar e se modernizar.

Qual o futuro que você enxerga para a música sertaneja?

Eu vejo um futuro promissor. É uma música que faz parte da raiz do brasileiro e acho que não sairá nunca. Ela sabe acompanhar as mudanças do mundo. E hoje é uma música que leva o mercado muito a sério.

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