Aos 60 anos, Milton Saldanha viveu um momento histórico e emocionante ao encerrar um ciclo de mais de 40 anos como ginete. O palco desta despedida não poderia ser outro: a Campereada Internacional de Alegrete, um evento que marcou sua trajetória. No último sábado (8), no Baita Chão, Milton fez sua última montaria em um aporreado, um momento que ele descreveu como “um marco na vida, um grande acontecimento”. O ginete vianense compartilhou suas reflexões em entrevista ao PAT na tarde de ontem (11), relembrando momentos inesquecíveis de sua carreira.
Milton Saldanha sempre teve uma forte conexão com Alegrete, onde fez grandes amigos e conquistou títulos importantes. Em 1989, sagrou-se campeão da Campereada Internacional, um dos momentos mais memoráveis de sua carreira. Contudo, foi apenas em 2020, a pedido da filha, que ele decidiu parar de montar profissionalmente. A partir dessa decisão, iniciou um novo projeto: a produção de um documentário sobre sua trajetória, prestando homenagem a figuras fundamentais em sua caminhada, como Dirceu Ferigolo, um dos grandes incentivadores de sua carreira.
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“Não fiz fortuna como ginete, mas sempre dei tudo para minha família e minhas duas filhas, com muito orgulho”, afirmou Milton, destacando o amor e a dedicação que sempre teve pela profissão e pela família. Sua jornada o levou a diversos lugares emblemáticos do universo campeiro, realizando sonhos como competir em Jesus Maria, na Argentina, além de participar de eventos no Uruguai, Santa Catarina, Santa Maria, Vacaria Barretos e Mato Grosso.
Por décadas, a rotina de Milton era intensa: às quintas-feiras fazia a mala e muitas vezes ficava até dois meses longe de casa. No decorrer de sua carreira, conquistou sete motos em competições. Apesar de tantas conquistas, um dos momentos mais marcantes foi o nascimento de sua primeira filha. “Eu estava viajando e só a conheci quando ela tinha dois meses”, revelou, emocionado.
Milton enfatiza que as gineteadas lhe proporcionaram tudo o que tem na vida. “O lombo do cavalo me deu tudo. Sou muito grato. Com 32 anos me profissionalizei e fiz dessa profissão a minha essência. Conheci muitas pessoas, fiz muitas amizades por esse mundo afora. Por isso, em minhas orações, agradeço muito a Deus”, afirmou.
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Três cavalos marcaram profundamente sua trajetória: Vassoura, Castelhana e Mistério. Segundo Milton, foram esses animais que o ajudaram a conquistar inúmeras vitórias e prêmios ao longo dos anos. Entre os desafios enfrentados, uma fratura grave, sofrida em 2017, o afastou das competições por 11 meses, sendo um dos momentos mais difíceis da carreira.
Agora, Milton Saldanha se despede das montarias, mas sua história permanecerá viva na memória dos apaixonados pelo universo campeiro. Seu legado como ginete segue inspirando novas gerações, provando que a paixão e a dedicação podem levar um homem a conquistar o mundo no lombo de um cavalo.
