Mortes por meningite provocam corrida nas clínicas privadas de vacinação

No fim de semana, as instituições registraram filas e até falta de alguns tipos de vacina nos estoques

meningite

As duas mortes por meningite bacteriana registradas semana passada em Cachoeirinha, na Região Metropolitana, provocaram uma corrida nas clínicas de vacinação privadas no final de semana. Muitas registraram filas e alguns tipos já estão em falta nos estoques, que estão sendo repostos. Ao todo, a doença já deixou nove vítimas no Estado.

A busca é pela imunização contra o tipo B da doença, lançada no mercado brasileiro recentemente e que não está disponível na rede pública. A imunização demanda de duas a quatro doses, dependendo da idade, e cada uma sai por cerca de R$ 550. Também há procura pela vacina tetravalente, que protege contra os grupos A, C, Y e W, e que custa em torno de R$ 270.

O comerciante Marcelo Kruse Pereira, 43 anos, enfrentou ontem uma fila de mais de duas horas em uma clínica de um shopping da Capital para vacinar o filho Kauã, de sete anos. Ainda assim, os dois terão de voltaram nesta segunda para completar a imunização, pois o tipo tetravalente já estava em falta.

– Ele sempre tomou as imunização necessárias, e com esses casos no Estado achamos melhor fazer todas – ponderou.

A também comerciante Simone Selau, 35 anos, veio de Guaíba para a Capital no sábado e não conseguiu vacinar o filho Leonardo, de sete anos. Ontem, ela resolveu ir mais cedo ao shopping, mesmo com a clínica abrindo só às 14h.

– Chegamos às 11h para almoçar e não correr o risco de perder a imunização – afirma.

Apesar da grande procura, a Sociedade de Pediatria do RS garante que não há motivo para pânico. Os casos registrados em Cachoeirinha são do tipo C, que é o grupo já incluído no calendário de vacinação desde 2010. Os registros são considerados isolados e não influenciam a incidência dos demais tipos de bactérias. Entretanto, a entidade recomenda que, quem puder, busque as vacinas do tipo B e a tetravalente na rede privada. De acordo com o Ministério da Saúde, não há previsão de que essas vacinas sejam incorporadas ao calendário nacional.

Fonte: ZERO HORA