Homem foi denunciado por lesões corporais graves e leves, ameaça, adulteração de sinal identificador de veículo automotor e furto. Segundo a polícia, suspeito tentava amedrontar a ex-companheira.
A 9ª Promotoria de Justiça Criminal de Porto Alegre encaminhou à 11ª Vara Criminal da Capital, nesta segunda-feira (21), uma denúncia contra o suspeito pelos ataques cometidos com ácido sulfúrico na Zona Sul, em junho deste ano. Wanderlei da Silva Camargo Júnior foi denunciado pelos crimes de lesões corporais graves e leves, ameaça, adulteração de sinal identificador de veículo automotor e furto.
Ao G1, a defesa do denunciado afirmou que ainda não teve acesso à denúncia, o que deve acontecer nos próximos dias. “Questões referentes à liberdade dele serão realizadas somente nos autos”, pontuou o advogado Wellington Alves Ribeiro.
Segundo a denúncia do Ministério Público, Wanderlei, que é dono de uma agência de turismo, teria ferido cinco vítimas: quatro mulheres e um adolescente. No dia 4 deste mês, ele foi preso no Paraná, onde morava, e transferido para o Rio Grande do Sul. Ele afirmou que só se manifestaria em juízo.
Foram cumpridos três mandados de busca e apreensão, na outra casa do suspeito, na capital gaúcha, e na empresa e na residência dele, no Paraná. Com o empresário, a polícia apreendeu materiais, como um tubo azul e luvas, que podem ter sido usados para cometer os ataques.
De acordo com o delegado Luciano Coelho, que comandou a investigação, Wanderlei tinha a intenção de atemorizar a ex-esposa, que mora e trabalha na Zona Sul de Porto Alegre. Ele tentava convencê-la a se mudar e retomar o relacionamento amoroso.
“Todos os endereços do ataque têm uma relação com ela. Tudo leva a crer que a motivação seja essa”, disse, em coletiva, no dia 7.
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Imagens de câmeras de segurança flagraram um carro branco no local dos ataques. — Foto: Reprodução/RBS TV
Investigação aponta premeditação dos crimes
Conforme as investigações, entre os dias 10 e 21 de junho, o suspeito furtou um par de placas de um veículo estacionado na Rua São Lázaro, em Sapucaia do Sul, na Região Metropolitana. Em seguida, retornou a Porto Alegre e colocou as placas em um automóvel que havia alugado.
A primeira vítima foi atingida na noite de 19 de junho, no bairro Nonoai, na capital. O suspeito estaria de bicicleta e teria abordado a vítima, com uma garrafa pet em mãos, dizendo: “olha a água”. Em seguida, teria jogado o ácido sulfúrico, que atingiu rosto, pescoço e ombro da vítima.
No do dia 21, o denunciado teria passado a utilizar o automóvel alugado para provocar as lesões em outras quatro pessoas. Já em 25 de junho, ele teria ameaçado por escrito a ex-esposa. Ele teria atirado uma pedra para dentro do pátio da residência dela com um bilhete a ameaçando e a seus familiares. A intenção, segundo a polícia, era gerar sensação de insegurança na ex-esposa para que se mudasse de estado.
“Ele admitiu a autoria do delito, de todos eles. Dá para perceber que ele premeditou todos os fatos, desde a subtração da placa, para depois fazer a substituição, a compra do ácido, aquele kit tem todos os elementos para fazer a adulteração da placa”, disse o delegado.
Os dois haviam se separado pouco antes dos ataques. A mulher tinha uma medida protetiva contra o ex-companheiro.

Conheça detalhes da investigação que prendeu empresário por atacar pessoas com ácido
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Material foi apreendido na casa e na empresa do suspeito; polícia acredita que tubo azul contém o ácido utilizado nos ataque — Foto: Giulia Perachi/RBS TV
Fonte: G1