Uruguai teria detectado chumbo e cádmio acima dos limites permitidos no país em produto importado do Brasil

De acordo com o promotor Paulo Estevam Araujo, a investigação está sendo conduzida a partir de Arvorezinha, pois o Vale do Taquari é o principal polo ervateiro do Estado. E o Rio Grande do Sul, segundo a Fundação de Economia e Estatística (FEE), é o maior Estado produtor e exportador de erva-mate, cujo principal destino é o Uruguai.
Para verificar a situação, foi criado um grupo de trabalho, do qual devem participar o Laboratório Central do Estado (Lacen) e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
— Nosso objetivo é tutelar sobre dois aspectos que podem estar sendo prejudicados: a saúde dos gaúchos, caso haja mesmo presença dessas substâncias e se são prejudiciais, e o direito do consumidor, que não está sendo bem informado — esclarece Araujo, acrescentando que deve investigar a adição de açúcar na erva sem a devida rotulagem.
A Secretaria da Agricultura, Pecuária e Agronegócio (Seapa) admite que não existe um controle de qualidade da produção erva-mate no Estado. Por isso, segundo o promotor, sequer se sabe se o problema estaria vinculado ao uso de adubo ou até na presença de metais no solo:
— Ainda não dá pra dizer que a erva é ruim nem boa, porque não há estudo. Nosso foco é analisar e instaurar um processo de controle de qualidade, assim como já há com produtos animais como leite e carne — aponta o promotor.
El País diz que Uruguai barrou 200 toneladas de erva brasileira
Uma notícia veiculada por um dos principais jornais uruguaios, o El País, no final de maio, diz que o Ministério da Saúde Pública impediu a venda de 200 toneladas de erva-mate que estariam com chumbo em excesso.
O produto, embalado com menos de cinco quilos, ainda não estaria no mercado. Ainda segundo a publicação, foram rejeitadas ervas de diferentes marcas, por não cumprir as regras do Mercosul.
Fonte: Zero Hora