Mulher procura polícia para provar que não morreu atropelada em Caxias do Sul

Vítima de atropelamento no bairro Rio Branco usava identidade de Mirian Madalosso da Silva

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Um atropelamento com morte na Avenida Rio Branco teve desdobramento inusitado em Caxias do Sul. Familiares procuraram a polícia para garantir que a mulher atingida por um ônibus, na tarde de quinta-feira, não era Mirian Madalosso da Silva, 53 anos.
A pessoa que morreu atropelada estaria usando a carteira de identidade de Mirian e  ninguém confirmou ainda de quem se trata. Contudo, a primeira ocorrência registrada pela polícia consta o nome de Mirian Madalosso da Silva como a morta no acidente.
A confusão começou a ser desfeita por volta das 20h30min de quinta. A verdadeira Mirian telefonou para a filha Paula Madalosso do Vale, 19, para garantir que estava viva. Naquele momento, a jovem já havia encomendado a cerimônia fúnebre nas Capelas São José e marcado o sepultamento no Cemitério de Santa Lúcia da 9ª Légua. Ao saber da confusão, Paula telefonou para a capela cancelando tudo e foi orientada a procurar a polícia.
O corpo da mulher que morreu atropelada está recolhido no Memorial Capelas São José e será transferido para o Departamento de Perícias do Interior (DPI).
Segundo Paula, a mãe emprestou a carteira de identidade para a mulher atropelada por conta de um favor. As duas moravam temporariamente no albergue municipal, no bairro Fátima. Como trabalha durante o dia cuidando de um casal de idosos, Mirian pediu a amiga para buscar roupas em uma feira da Legião Franciscana de Assistência aos Necessitados (Lefan). Só que para retirar as roupas, era necessário mostrar a identidade. Então, a amiga levou o documento e foi atropelada quando caminhava próximo ao quartel do Exército, no Rio Branco.
Paula fez o reconhecimento do corpo no DPI somente a partir da identidade da mãe. As duas não têm relação próxima e estavam sem contato há semanas. Quando recebeu o telefonema da mãe, ficou estupefata.
— Não me deixaram olhar o corpo e disseram que por ter a identidade bastava. Pensei que era o correto e agora percebi o absurdo o que fizeram — disse caso está sendo investigado pela Polícia Civil.
A mulher atropelada é diferente de Mirian: é mais nova e tem a pele morena. O albergue sabe de quem se trata, mas ainda não conseguiu contatar familiares e não oficializou a identificação em ocorrência.