
Décio Marini e Elton Linhares, da antiga loja Stop, relatam que presenciaram boa parte da história do cinema em Alegrete, com filas para assistir às matinês de domingo, nas quais os filmes podiam ser assistidos por crianças e jovens que usavam o melhor figurino para ir ao cinema, diz rindo Marini.
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No início dos anos 70, além da fila, tinha a presença marcante do Caruncho, um alegretense que tinha problema visual e ficava junto à fila ouvindo seu rádio, que gastava muita pilha e, quando estava falhando, dizia “piiaa” e entrava na loja pedindo pilha. Numa ocasião, chegou a quebrar objetos da loja, relata Marini.

Sala do antigo Cine Glória de Alegrete
Primeiro, foi na esquina, depois veio para a área onde hoje é a Loja Tottal, explica o fotógrafo.
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No início dos anos 90, o Glória cessou suas atividades na rua dos Andradas. Depois, teve sessões de filmes no Centro Cultural por pouco tempo e, novamente, Alegrete ficou sem essa atração em telas grandes da sétima arte até nascer o Cult Cinemas, próximo à rodoviária da cidade, em formato menor e mais moderno, que resgata na tela a arte do cinema para quem gosta das histórias que os filmes relatam.
A jornalista Vera Soares Pedroso, do PAT, aos 8 anos, foi uma das que enfrentou fila para assistir aos filmes de bang-bang acompanhada do irmão Júlio. “Era um programa maravilhoso irmos ao cinema Glória”, atesta.

