Focos do Aedes aegypti não param de crescer; agora são mais de 500

Números de focos do mosquito Aedes aegypti batem record em Alegrete. Com 531 focos até a tarde de segunda-feira(22), o Município vive uma situação de proliferação desordenada e o risco à saúde é cada vez mais grave. De acordo com o diretor da Vigilância em Saúde Ambiental, Jorge Galarça, não há uma área da cidade que não tenha focos. “A preocupação é que os mesmos locais que foram limpos e houve todo o trabalho desde o início do ano, estão novamente com focos, essa reincidência denota que as pessoas não estão conscientizadas. O Aedes aegypti é o mosquito transmissor da dengue, da chikungunya, da zika e da febre amarela urbana.

Ainda segundo Jorge, a dengue é a mais grave das três, principalmente em se tratar da hemorrágica que pode levar à morte. Ela causa febre por 2 a 7 dias, náuseas, vômitos, erupções cutâneas, dor muscular, dor nas articulações, dor de cabeça, dor no fundo dos olhos, pontos vermelhos pelo corpo (ou prova do laço positiva) e diminuição da taxa sanguínea de leucócitos.

A chikungunya também causa febre alta de início súbito (acima de 38,5°C), dor nas articulações ou artrite intensa de início agudo e não explicado por outras condições. Alguns sintomas da chikungunya duram em torno de duas semanas, mas as dores articulares podem permanecer por vários meses. Seu maior perigo é tornar a pessoa incapacitante, causando dores articulares intensas por até seis meses após o contágio.

Já o Zika Vírus tem como maior preocupação a relação com casos de microcefalia e alterações neurológicas em bebês cujas mães tiveram contato com o vírus durante a gravidez — mesmo que não tenham manifestado sintomas.

A doença é assintomática em 80% dos casos, e quando os sinais aparecem, costumam ser brandos, como febre baixa, manchas vermelhas na pele, coceira, dores leves nas articulações e olhos vermelhos.

A febre zika, também, está relacionada com a Síndrome de Guillain-Barré, uma doença autoimune em que o sistema imunológico ataca parte do próprio sistema nervoso, levando à inflamação dos nervos e provocando fraqueza muscular.

Além destes, também tem a febre amarela. Os principais sintomas são febre, dor muscular, náuseas e vômitos, perda de apetite e fraqueza. Na fase aguda da doença os sintomas costumam durar entre três e quatro dias e passam sozinhos.A doença é considerada aguda e hemorrágica e recebe este nome, pois causa amarelidão do corpo (icterícia) e hemorragia em diversos graus.

Jorge concluiu dizendo que são 16 agentes trabalhando de forma incansável. Mas a população precisa ter a responsabilidade dentro de cada terreno, pátio e situações de risco. Ele lamenta que as pessoas ainda tenham resistências e não permitam que os agentes tenham acesso aos locais de possíveis focos. “Acredito que somente depois de que um caso seja efetivamente confirmado, pois até o momento, foram apenas suspeitas, os alegretenses terão o entendimento do quanto o assunto é importante e gravíssimo. Qualquer momento isso pode acontecer”- comentou.

Outro dado repassado é que toda verba destinada à publicidade e campanhas alertando a população foi utilizada, mas parece que não é o suficiente para o entendimento do perigo.

No ano passado durante os 12 meses foram contabilizados 48 focos. As áreas de riscos eram mais limitadas a entrada da cidade como trevos, Cemitério e Cidade Alta. Neste ano o Município infestou, os focos estão em todos os cantos.

Flaviane Antolini Favero