
O desaparecimento de Gabriel Marques Cavalheiro, de 18 anos, em São Gabriel, na Fronteira Oeste do Rio Grande do Sul, completa uma semana nesta sexta-feira (19). Equipes do Corpo de Bombeiros seguem as buscas pelo jovem em um açude na região conhecida como Lava Pés, no interior do município — local em que os policiais militares que o abordaram disseram tê-lo deixado.
“A família está muito unida e esperançosa que seja encontrado com vida”, diz a advogada Rejane Igisk Lopes, que representa os familiares.
Veja a seguir o que se sabe e o que falta saber sobre o caso:
- Quem é Gabriel Marques Cavalheiro?
- Quando e como ele desapareceu?
- Como foi a abordagem policial?
- Para onde ele foi levado?
- O que dizem as polícias Civil e Militar
Quem é Gabriel Marques Cavalheiro?
Gabriel Marques Cavalheiro, de 18 anos, mora em Guaíba, na Região Metropolitana de Porto Alegre. Ele estava em São Gabriel para cumprir serviço militar obrigatório.
“Minha filha e meu genro foram lá com a documentação, viram aquela quantidade de jovens entrando, e o filho deles não tava lá. Tiveram que justificar por que ele não tava lá”, lamenta a avó, Soilamar da Costa.
O jovem estava hospedado na casa de um tio, mas a irmã também mora na cidade. Apegado às tradições gaúchas, costuma usar bombacha e chapéu de aba larga, conforme os familiares.
Quando e como ele desapareceu?
Na noite de sexta-feira (12), Gabriel estava na casa do tio, Antônio. Segundo a advogada da família, ele perguntou se poderia tomar uma cerveja, o que foi autorizado.
Mais tarde, o tio deitou-se e ouviu um barulho da porta sendo encostada. Imaginando que o jovem teria ido fumar no lado de fora, Antonio ignorou o fato e dormiu. Só foi perceber a ausência do sobrinho no dia seguinte.
“Foi chamar umas 10h, 11h. Achou que ele poderia ter ido pra casa de um parente próximo. A família começou a procurar e não o achou. Na metade da tarde de sábado, ligaram para os pais dele, em Guaíba, e eles se deslocaram. Foram até a Polícia Civil fazer o registro e, desde então, começou-se a busca incessante”, diz Rejane.
A principal testemunha e autora das últimas imagens conhecidas de Gabriel é a vizinha Paula Beatriz Lima da Silva. Ela depôs à polícia e disse que estava com a filha e uma afilhada quando Gabriel parou junto à grade de seu terreno e começou a gritar pelo nome Paula.
Como não o conhecia e já estava tarde, decidiu ligar para a Brigada Militar. “Vi um movimento muito grande dos cachorros. Ele tava forçando o portão, tentando entrar. Me assustei, não reconheci o rapaz. Vi que não era da vila, não era da cidade, acionei a Brigada”, contou à RBS TV.
A família suspeita de que seja uma confusão com o nome de outra parente, também chamada Paula, que moraria próximo à casa do tio e fosse conhecida deles. A irmã, Soila Marques, aventa outra possibilidade: duas amigas teriam passado pela casa do tio e chamado Gabriel.
“Sobre essa dinâmica não tem muita [informação]. Só o depoimento dela e o que causou ela chamar a BM”, pontua a advogada da família.
Imagens de câmeras de segurança mostram a viatura da Brigada Militar chegando ao local. Paula Beatriz conta que Gabriel foi abordado por três policiais, imobilizado e algemado.
Fonte: G1