Obstrução de picadas no Rio Quaraí ocasiona um impasse

Na manhã desta quarta-feira 28, a Receita Federal  iniciou um trabalho de vigilância aduaneira às margens do Rio Quaraí. Esse é um trabalho de combate ao comércio ilegal, ao contrabando de mercadorias, ao tráfico de drogas e armas entre outras contravenções. Assim, a Receita Federal  solicitou o auxílio do Exército Brasileiro, através do 5º RCMec, para que fossem destruídas as rampas de acesso (picadas) existentes ao longo das margens do Rio Quaraí  a fim de coibir as travessias não autorizadas neste locais.Pela tarde, próximo a um destes locais, foi solicitada a presença do Executivo Municipal a fim de negociar com as autoridades competentes, o fato de que esta ação estaria impedindo o trânsito de carroceiros que normalmente realizam seus fretes através das “picadas”.  Um número expressivo de populares se encontrava no local, preocupados com a situação e ansiosos por uma resposta já que muitos têm nessa atividade sua principal fonte de renda e  mantém suas famílias através deste serviço. A população questionou o prefeito quanto à legalidade desta operação  e segundo o Ricardo Gadret, “o que estamos discutindo é a forma como está sendo feito isso, desabrigadamente de uma licença ambiental. As considerações que estão sendo expostas pela Receita não levam em conta outras considerações importantes, como,  que se trata de área de lazer, que também é usada para o acesso de animais e é uma área social,  e também por esta região se tratar de uma área de preservação ambiental que necessita ser recomposta, por exemplo”. O Comandante do 5º RCMec, Ilki Amaro Junior também se pronunciou a respeito desta operação e segundo ele, “o Exército dentro do Plano Estratégico de Fronteiras, tem a possibilidade de atuar em toda a Faixa de Fronteira, e nós eventualmente realizamos operações inter-agências e desta vez por uma solicitação da Receita Federal  estamos apoiando essa operação para coibir os crimes de contrabando e descaminho que ocorrem por travessias não autorizadas no Rio Quaraí”. Conversamos também com o Auditor Fiscal Élcio Ferreto que se pronunciou dizendo que “na verdade o que está acontecendo  é uma reconstrução da ´beira do rio´. Estamos tentando ao máximo evitar essas passagens clandestinas, pois sabemos que é por onde saem e entram muitas coisas ilegais e sabemos que não tem como ficar constantemente nestes locais fazendo vigilância. Então, já constatamos que isso é um problema recorrente, e essa operação faz parte de um trabalho de vigilância aduaneira e de proteção da fronteira”. Também, segundo Élcio, o trabalho será retomado a partir da próxima semana após conversa com o Executivo Municipal.  Através das negociações entre as autoridades presentes,  ficou decidido que o trabalho seria suspenso até a próxima semana, quando voltarão a ser discutidas as questões envolvidas nesse caso. Também ficou decido que a população deverá ser  informada a respeito do que está acontecendo e que este trabalho deverá ser feito em conjunto entre a Prefeitura Municipal e a Receita Federal. “Não queremos que a população pense que estamos tirando o emprego das pessoas, estamos sim, tentando fazer a nossa parte que é coibir o comércio ilegal e o tráfico”, complementou Élcio.Além da Receita Federal, Executivo e Exército estavam no local, entre outros, membros do Legislativo, através do presidente Jéferson Pires e do Sindilojas, com o presidente Eider Silveira, todos buscando encontrar uma solução para o fato que se tornou um “impasse”.