
Márcio Amaral integrou a delegação de prefeitos gaúchos que solicitam ajuda urgente aos municípios
A Operação Saraquá visa desarticular uma organização criminosa que atua em várias regiões do RS. Mais de 30 pessoas e duas empresas estão sendo investigadas por crimes rurais. A Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi) colaborou com a PC durante a análise das transações comerciais ocorridas entre investigados e empresas, contribuindo de maneira fundamental no fornecimento de informações e no rastreamento das vendas ilegais e fraudulentas.
Ao todo, 34 mandados de busca e apreensão estão sendo cumpridos nos municípios de Porto Alegre, Passo Fundo, São Borja, São Pedro do Sul, Taquari, Santo Ângelo, Palmeira das Missões, Santa Bárbara do Sul, Salto do Jacuí, Boa Vista do Incra, Rio Pardo, Cruz Alta, Ibirubá, Boa Vista do Cadeado, Panambi, São Sepé, Agudo, Alegrete, Cachoeira do Sul, Santa Cruz do Sul, além de Bandeirantes, no Mato Grosso do Sul, e Jataí, em Goiás.
Uma das empresas do ramo de fertilizantes investigada estava atuando de forma irregular desde agosto de 2023. Foram apreendidos mais de 17,8 mil litros de fertilizantes e agrotóxicos, além dos celulares dos investigados e armas de fogo. Um homem foi preso em Alegrete.
Segundo o chefe da Divisão de Insumos e Serviços Agropecuários (Disa) da Seapi, Rafael de Lima, 33 fiscais estaduais agropecuários participaram da ação. “Os documentos apreendidos pela PC serão fundamentais para a continuidade das investigações e para o desdobramento da operação. O Sistema Integrado de Gestão de Agrotóxicos da Seapi foi uma importante ferramenta no levantamento de informações”, afirmou.
Entenda o caso
As investigações começaram em abril de 2023, após a DECRAB/Bagé identificar os autores de dois furtos de defensivos agrícolas no município de Dom Pedrito (RS). A sequência das investigações resultou na elucidação de vários outros furtos da mesma natureza ocorridos em Santana do Livramento, Alegrete, Rosário do Sul, São Gabriel, entre outros.
Também foram identificadas duas empresas que atuam na venda de defensivos agrícolas e fertilizantes em Porto Alegre, Passo Fundo e Taquari. Elas são suspeitas de receptação de produtos agrícolas furtados e de atuação na falsificação de insumos agrícolas.
Para justificar seus estoques de produtos falsos ou furtados, as empresas estariam fraudando compras de defensivos agrícolas de pessoas que integram o esquema e que possuem talão de produtor. As notas eram emitidas como se fossem vendas de produtores rurais para empresas com CNPJ, o que é ilegal. As vendas fraudulentas de defensivos agrícolas superam 1,1 milhão de litros, com valor estimado em R$ 100 milhões.
Segundo o delegado da DECRAB/Bagé e responsável pelas investigações, André Mendes, com as diligências realizadas hoje, o conteúdo probatório do inquérito policial que apura os fatos ficará muito mais robusto. O objetivo é que, nas próximas semanas, ele seja encaminhado ao Poder Judiciário.