Paralisação dos caminhoneiros já afeta Alegrete

Os bloqueios de caminhoneiros estão prejudicando a entrega e diminui estoques do varejo 

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A paralisação dos caminhoneiros e bloqueios de estradas no Rio Grande do Sul começa a afetar o funcionamento do varejo em diversas partes do estado. O presidente da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Rio Grande do Sul, Vitor Augusto Koch, estima que os estoques de um modo geral durem mais uma semana. É o caso de lojas de vestuário e eletro eletrônicos.

Uma das situações mais preocupantes, em Alegrete, atinge a construção civil. Cecílio Seccon, gerente de loja que fornece material de construção relata que a greve já afetou significativamente o seu estabelecimento. “O cimento está em falta já e as nossas mercadorias estão presas em Santo Cristo há uma semana. Os clientes já demonstram insatisfação com a falta destes produtos, principalmente quem está com obra em andamento e já havia encomendado o material”.

Algumas farmácias do município também estão com a mercadoria atrasada, faltam vasilhames para os produtos manipulados e matéria-prima para a produção. De acordo com a balconista Jussara Simões Leal, os produtos que vêm de São Paulo ficam parados no caminho para o Rio Grande do Sul.

Jair Prodócimo, proprietário de mercado, se sente aliviado por ainda não ter sido afetado, mas sabe que se a paralisação não terminar logo seu estoque não será suficiente. “Eu estava preocupado com o frango e hortifruti que recebo toda a semana, mas nessa sexta o caminhão chegou. A mercadoria que temos aqui dá pra mais uma semana e esperamos que até lá, os caminhões sejam liberados”.

Outro prejuízo é o desgaste na imagem das empresas que estão com entregas programadas, já que provavelmente acontecerão atrasos e o consumidor não receberá os produtos adquiridos em loja ou de forma virtual no prazo prometido.

O presidente do Centro Empresarial de Alegrete, Roberto Pradel, analisa os dois aspectos da paralisação: a legitimidade da ação da categoria e as graves consequências. “A categoria se uniu para reivindicar algo que mais adiante também irá afetar todos os brasileiros, o aumento do combustível carrega consigo o aumento de vários outros serviços oferecidos. Mas temo pela situação que está se agravando, na capital já faltam medicamentos, na BR-290 há caminhões que carregam tubos de oxigênio parados. As empresas estão sem faturamento, gerando um problema financeiro e econômico, logo as mercadorias e produtos que utilizamos no nosso dia-a-dia já estarão em falta e muitos poderão ter aumento significativo no valor por conta da escassez”.

Foto: CEA