Empresa captava recursos de terceiros, sem autorização do Banco Central, a título de investimentos em criptomoedas. A Brigada Militar também vai apurar o uso de informações privilegiadas.
Um policial militar é alvo de investigação da Polícia Federal, por suspeita de uso indevido de informações da Secretaria de Segurança Pública relacionadas à apuração da financeira que operava irregularmente em Novo Hamburgo, na Região Metropolitana de Porto Alegre. A empresa foi alvo da Operação Egypto, que prendeu 10 pessoas em maio.
Conforme as investigações, a empresa captava recursos de terceiros, sem autorização do Banco Central, a título de investimentos em criptomoedas, especialmente bitcoins. Porém, a empresa utilizada os valores para investimentos convencionais.
A Polícia Federal apreendeu carros de luxo, quantias em dinheiro de diversas nacionalidades e até pedras preciosas com o grupo. De acordo com a polícia, a financeira tinha 55 mil clientes em 26 estados do Brasil.
A Polícia Federal não se manifestou sobre a investigação a respeito do Policial Militar. O corregedor-geral da Polícia, coronel Marcos Galdino, informou que solicitou informações do caso à PF e que abrirá uma investigação para apurar a conduta do policial militar.
A RBS TV tentou contato com o investigado, mas não foi atendida.
A Secretaria de Segurança Pública do Rio Grande do Sul informou que “teve ciência da existência de uma investigação sobre uso indevido de informações da SSP” e que não há indiciamento até o momento. (leia a nota abaixo)
A Brigada Militar abriu um inquérito para apurar os fatos.
A corregedoria da Polícia Civil informou que vai investigar a situação e não vão se manifestar por enquanto.
Grupo é réu na Justiça
Quinze pessoas respondem na Justiça Federal do Rio Grande do Sul por operarem uma financeira clandestina, sem autorização legal, em Novo Hamburgo, na Região Metropolitana de Porto Alegre. A 7ª Vara Federal de Porto Alegre recebeu, no total, 17 denúncias do Ministério Público Federal. Duas delas foram rejeitadas, porque o juízo entendeu que não foi atribuído nenhum delito ou conduta criminosa às rés.
Dez pessoas foram presas na ação, que teve mandados cumpridos ainda em Santa Catarina e São Paulo.
Conforme a investigação, mais de R$ 1 bilhão foi captado junto a terceiros. O grupo atuava desde agosto de 2017. O inquérito policial para investigar o caso foi instaurado em janeiro de 2019.
Nota da Secretaria de Segurança Pública
O vice-governador e secretário da Segurança Pública, Ranolfo Vieira Júnior, afirma que teve ciência da existência de uma investigação sobre uso indevido de informações da SSP, desconhecendo maiores detalhes. Até porque a investigação foi aberta pela Polícia Federal. Até o momento, a informação é de que não há indiciamentos, e que o inquérito não está concluído. Cabe destacar que, comprovados os fatos, tendo algum policial atuado em favor de empresa ou praticado extorsão, todas as providências serão imediatamente tomadas.
Fonte: G1