PM que matou camelô responde por outro homicídio

Outra morte também ocorreu durante abordagem policial, seis meses antes do assassinato do ambulante

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O policial militar preso na quinta-feira por matar um camelô, na zona Oeste de São Paulo, já responde a outro homicídio. Seis meses antes do assassinato do ambulante Carlos Augusto Muniz Braga, de 30 anos, o soldado Henrique Dias Bueno de Araújo disparou seis vezes contra um morador de rua.
Durante uma ronda, Araújo e um colega abordaram o homem, que empurrava um carrinho de carga e teria reagido sacando um facão. Segundo informações prestadas pelos policiais no Inquérito Policial Militar, o morador de rua foi cercado pelos policiais após tentar fugir e foi para cima de Araújo com o objeto.  Acuado pelo suspeito, o soldado teria disparado duas vezes contra as pernas do homem e depois mais quatro vezes, pois o morador de rua teria insistido em atacar Araújo mesmo ferido.
Dos seis tiros efetuados por Araújo, quatro acertaram a vítima: dois na perna, um no tórax e um na mão. O homem, que nunca foi identificado, morreu no local. A versão foi confirmada por uma testemunha e o Inquérito Policial Militar concluiu que não houve conduta irregular do policial na morte do homem, já que o soldado teria agido em legítima defesa. Na Justiça comum, o caso ainda está sendo analisado.
De acordo com a Polícia Militar, o soldado passou, na época, pelo Programa de Acompanhamento e Apoio ao Policial Militar e foi considerado apto para retomar suas atividades, depois de cumprir todas as fases propostas por psicólogos.

 Na quinta-feira, a Justiça converteu em preventiva a prisão em flagrante do soldado Araújo pela morte do camelô na Lapa. Ele está no Presídio Militar Romão Gomes. O comandante-geral da PM, coronel Benedito Roberto Meira, admitiu à Rádio Estadão que houve erro na ação que resultou na morte do vendedor ambulante.

Segundo o coronel, as primeiras imagens de uma loja deixavam dúvidas do momento do disparo, mas ao a analisar outros vídeos se conclui que o soldado se precipitou e reagiu de forma equivocada. Meira defendeu o preparo dos policiais e disse que de todas as polícias militares do País, a de São Pãulo é a que tem melhor formação:
– De um universo de 88 mil homens e mulheres, existem profissionais que erram. Não posso falar em despreparo, mas do erro de um policial.
O governador Geraldo Alckmin afirmou que é preciso verificar os procedimentos utilizados pelos policiais e que o caso já está sendo apurado tanto pela Corregedoria da Polícia Militar quanto pelo Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP). 
Fonte: Diário Gaúcho