
Segundo a polícia, participação da mulher já estava sendo investigada no crime. Em depoimento, ela teria admitido conhecimento do plano e dado detalhes da ação.
A Polícia Civil prendeu preventivamente, na manhã desta quinta-feira (4), a mãe da jovem que admitiu ter mandado matar o pai na cidade de Segredo, no Vale do Taquari.
De acordo com a delegada Graciela Foresti Chagas, a agricultora Hulda Lopes de Souza admitiu, em depoimento, que tinha conhecimento do plano para execução do ex-marido. “E também confirmou detalhes desta ação criminosa”, destaca. A polícia não divulgou o que a mulher teria dito.
O G1 tenta contato com a defesa de Hulda.
Em recente entrevista à RBS TV, Hulda afirmou que acreditava que a filha não havia cometido o crime por dinheiro, mas, sim, para proteger a mãe. “Eu acredito que ela fez por ele sempre me ameaçar”. O casal estaria separado há dois meses.
A agricultora disse ainda que pai e filha brigavam com frequência. Segundo Hulda, o homem não aceitava o término do casamento. “Eu convidava várias vezes ele para separar, mas ele não aceitava. Ela via ele brigando comigo e comprava a parada”, contou.
De acordo com a versão de Kalinca Lopes, de 23 anos, ela planejou o assassinato do pai para ficar com o dinheiro do seguro de vida, do qual era a única beneficiária, que seria de cerca de R$ 500 mil.
O caso
José Darício Lopes, o pai, e Mazonde Rodrigues, um funcionário da propriedade da família foram executados em uma suposta tentativa de assalto no dia 27 de maio.
Logo no início da investigação, a polícia suspeitou da participação da filha de José Darício, Kalinca, que estava na casa no momento do suposto assalto.
A jovem confessou à polícia que planejou a morte do pai durante dois meses. Ela e o namorado, João Ricardo Prestes estão presos desde a última sexta-feira (29). A polícia busca um terceiro indivíduo que também teria participado do crime.
Estratégia da defesa
O advogado que faz a defesa do casal diz que a tendência natural é buscar laudos médicos que possam indicar um transtorno psiquiátrico de Kalinca.
“Durante todo o depoimento prestado, ela demonstrou alguns sinais característicos de que não está bem. O próprio seguro, que ela afirma ser a única beneficiária, o que não é comum. Não veio nos autos qualquer apólice que possa demonstrar se havia essa quantia [de R$ 500 mil]. A mãe também não tem conhecimento disso. Ninguém sabe da existência desse seguro”, destaca o advogado Jorge Luiz Pohlmann.
Já sobre João, o advogado diz que os suspeitos disseram em depoimento que ele não tinha conhecimento do plano de executar Darício.
“O que os dois relataram é que João [namorado] foi com ela para Charqueadas acreditando que buscariam um peão para ajudar na propriedade do pai, quando na verdade era o terceiro suspeito que efetivamente matou Darício”, conta.
Para a polícia, não há indícios para solicitar exames psicológicos da suspeita.
“Não existe isso ainda, não temos nada nos autos que indique a possibilidade de existência de insanidade mental. Mesmo eu não solicitando a instauração de incidência de sanidade mental nesse momento, nada impede que durante o processo, caso assim o promotor entenda ou o próprio juiz. Mas eu não tenho elementos nesse momento para solicitar, essa possibilidade nesse momento, está descartada. Nós temos a convicção que ela tinha plenas faculdades mentais”, diz a delegada.
Fonte: G1