Presidente do Sindicato da Alimentação diz que está fiscalizando situação dos trabalhadores

A indústria de alimentos é a maior empregadora entre as indústrias de transformação do Brasil e facilmente um dos pontos de maior aglomeração de pessoas.

Além da concentração de pessoas, a indústria também manipula muitos materiais. O vírus pode se manter ativo em superfícies não higienizadas – como embalagens de alimentos – por até 72h (em plástico e inox) ou 24h (no papelão). Superfícies que foram contaminadas por portadores do vírus podem então ser mais uma fonte de disseminação.

Para ajudar a minimizar a dispersão do novo coronavírus (COVID-19), a indústria de alimentos deve incorporar no seu plano de Gerenciamento de Crises ações efetivas. A maioria delas já está nos seus planos de Boas Práticas de Fabricação, também sendo aplicáveis à disseminação de outros agentes infecciosos. Ou seja: nada de muito novo para quem já é criterioso em relação à higiene pessoal.

Em Alegrete, o temor da disseminação do vírus nas empresas do ramo de alimentação está causando preocupação no presidente do Sindicato das Indústrias de Alimentação de Alegrete, Marcos Rosse.

O sindicalista diz que todas empresas, seja do ramo de arroz, carne e padaria estão em pleno funcionamento devido ser atividades indispensáveis para a sociedade.

Um tema que fez o presidente destacar foi quanto aos inúmeros casos sobre os trabalhadores do Marfrig, unidade de Alegrete. Rosse disse que entrou diretamente em contato com um supervisor em São Paulo, que avaliou a situação.

O presidente recorda que o trabalho no Marfrig sempre foi dessa forma coletiva. “Sabemos do risco. Mas a empresa está buscando todas medidas possíveis para resguardar a saúde deles”, comentou Marcos.

Por outro lado, a empresa admitiu a falta de máscaras e álcool gel, porém está minimizando todos os riscos existentes através dos profissionais da área da saúde do trabalhador.

Rosse é firme na postura e alertou aos colaboradores se auto-fiscalizarem, e solicitou ao Marfrig a diminuição de colaboradores nos setores.

“Até o momento nenhum trabalhador do ramo da alimentação local apresentou sintomas para o coronavírus. Confiamos e acreditamos no trabalho competente dos profissionais como enfermeiros, técnicos e engenheiros de segurança do trabalho destas empresas locais”, confirmou o presidente do STIAA.

Outro ponto que o presidente frisou é que qualquer mal estar, o trabalhador seja imediatamente atendido e afastado do local do serviço até uma ordem médica. Grávidas estão sendo dispensadas com licença remunerada pelas empresas como forma de maior prevenção.

“Somos cientes dos riscos. Estamos fiscalizando”, alerta Rosse, que frisou aos trabalhadores que alguém vai pagar por isso.

Júlio Cesar Santos                                                     Foto: reprodução