Aos 73 anos de idade, Elci Sidnei Abreu Pavani tem história para contar.
O alegretense criador do Mérito Esportivo, ao longo de suas treze edições, contemplou mais de 1200 atletas.
Além de um desportista nato, incentiva e motiva atletas seja a modalidade que for. Ajudou a criar diversas associações esportivas na cidade.
Recentemente foi homenageado pelas futuras gerações do futsal. Modalidade que é árbitro e estudioso das regras do futebol de salão.
Foi locutor de programas esportivos nas emissoras locais. Colorado assumido bateu um papo com o Portal Alegrete Tudo.
Confira a entrevista:
Portal: Quantos anos o senhor trabalhou como árbitro federado ?
Pavani: Como Federado desde 1984, mas árbitro desde 1963, quando iniciei minha carreira profissional de professor, atuando, ainda em vôlei,basquete e futebol.
Portal: Qual a lição e aprendizado dessa vida dedicada a arbitragem e delegado da Federação de Futsal ?
Pavani: Aprendi a ser humilde, pois os percalços em arbitragem são imensos, cada vez mais tentando corrigir erros que por ventura aconteçam. Como delegado da FGF, conquistei amizades sólidas ( assim como na arbitragem), onde prestei esses serviços em mais de 70 municípios do Estado e que até hoje perduram.
Portal: E esta homenagem recebida das novas gerações do futsal ?
Pavani: Em momento algum em minha vida imaginei uma homenagem desse tamanho.Foi emocionante em se tratando de escolinhas, pois minha vida profissional sempre foi de atenção às crianças.
Portal: Como o senhor avalia o cenário do futebol alegretense ?
Pavani: Não diria trágico, mas sem uma estrutura profissional ( não o futebol, mas a administração) ficaremos nessa mesmice. Onde se vê um campeonato de escolinhas (sub-13,sub-15,sub-17,por exemplo?)
Portal: E o ginásio municipal em Alegrete ?
Pavani: Desde 1963, quando iniciei como professor já ouvia falar em ginásio municipal. Graças a iniciativa de um médico veterinário (Dr.Eurico Maciel) construíram o do IEEOA. Pecam por quererem um ginásio de proporções gigantescas. Não vejo luz no fim do túnel.
Portal:O senhor acredita no futebol profissional em Alegrete. É possível voltar a disputar um gauchão ?
Pavani: Sim, acredito. A Direção da AFA está caminhando a passos firmes, com os pés no chão. Acredito que 2016 será o ano da redenção.TOMARA.
Portal: A falta de recursos é o principal entrave para os desportistas locais. Qual seria a solução em nível municipal ?
Pavani: Não há solução para um município que não tem uma política para o esporte.Veja bem. Nossa SETUR não tem um diretor de esportes. Então, como vão promovê-lo? Quantas promoções poderiam ser realizadas SEM RECURSO? Uma infinidade, mas para que isso aconteça, há necessidade de um tripé formado por SABER FAZER,QUERER FAZER e FAZER.E isso não vemos.
Portal: E o campeonato varzeano tens acompanhado ?
Pavani: Esporadicamente assisto algum jogo quando é realizado no farroupilha. Há muita baixaria ( agressões, palavrões desrespeitosos, principalmente perto de senhoras). Há que mudar a atitude de dirigentes.
Portal:O senhor foi criador e fundador de diversas associações esportivas em Alegrete. Qual o legado de todas estas ações ?
Pavani: Muitas, mas vão aí algumas: AFUSA(1º presidente 1986), ASSARFA(1985), Medalha Mérito Esportivo ( 12 anos ), Liga Alegretense de Futsal(1969), SER ALEGRETE, Associação dos Corredores de Rua, Associação dos Ciclistas entre algumas.Redator de diversos estatutos de Clubes ( ASSAD,ESTRELA DOURADA,Fora isso, idealizador e realizador de Cursos: Vôlei(Paulão), Treinadores de Futsal(Paulinho Sananduva) e por aí a fora. Me parece que o legado é bem interessante.
Portal: Como professor, desportista e amante do esporte qual é o desejo do Pavani para o esporte alegretense ?
Pavani: Meu desejo maior é que as autoridades locais dessem mais atenção ao esporte, criando uma política consistente de amparo aos que se dedicam de corpo e alma para manterem o esporte ativo.Exemplo: Quem apoia o PADEL onde temos campeões sul-americanos e vice-campeões mundiais? E o JUDÔ, onde atletas conquistam posições importantes e não seguem adiante por falta de incentivo? E por aí vai.
Por: Júlio Cesar Santos