Professores estudam acionar Justiça contra governo do Paraná

Segundo sindicato, serão tomadas medidas para responsabilizar o governador e o presidente da Assembleia Legislativa

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Em greve desde a última segunda-feira, os professores da rede estadual do Paraná definem nesta quinta que medidas vão tomar para responsabilizar o governo do Estado e o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Ademar Traiano (PSDB), pela ação policial que, ontem, deixou centenas de servidores públicos feridos.

— Ainda estamos tentando absorver o massacre, mas também estamos nos organizando para definirmos nossas próximas ações. É um dia difícil, pois estamos atendendo a feridos, orientando os companheiros que foram detidos e atuando em várias frentes para obtermos as informações e a provas necessárias para os encaminhamentos — disse a secretária-geral do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado do Paraná, Vanda do Pilar Bandeira.

Vanda disse ainda que o sindicato já está tratando do assunto com integrantes das comissões de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados e da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), com o Ministério Público e com a Defensoria Pública estaduais.
— Convidamos representantes de organizações e segmentos que defendem os direitos humanos para definirmos uma ação coletiva para denunciar e tomar as medidas judiciais cabíveis contra o governador (Beto Richa), contra o secretário de Segurança Pública (Fernando Francischini) e contra o presidente da Assembleia Legislativa — acrescentou Vanda, lamentando a postura do governador.

— Ele não assumiu seu papel de chefe da Polícia. Ele poderia ter parado com toda a violência, que foi extremamente desproporcional. Entendemos a função da polícia de proteger o patrimônio público, mas, em momento algum, ameaçamos esse patrimônio — afirmou a sindicalista.

Apesar das críticas ao governador e de tornar pública a intenção de acionar a Justiça, o sindicato diz acreditar na via da negociação para derrubar o projeto de lei que altera as normas da previdência pública estadual, aprovado pela Assembleia Legislativa em meio ao tumulto que acontecia do lado de fora, na Praça Cívica.

— Vamos pedir ao governador para não sancionar esta lei. Queremos continuar o debate com o governo, pois a mudança na previdência não contempla todos os servidores e, se aprovada, prejudicará cerca de 30 mil servidores.

Vários atos de repúdio aos excessos policiais estão previstos para acontecer nesta quinta-feira. Uma primeira concentração aconteceu esta manhã, na Praça 19 de Dezembro, próxima ao Centro Cívico. Outra está agendada para o início da tarde, em frente ao Banco Central.

O Ministério Público do Paraná instaurou procedimento para apurar as responsabilidades por eventuais excessos de policiais na repressão aos professores. Já a Polícia Civil instaurou inquérito para apurar os fatos e a possível participação de pessoas estranhas aos professores no ato e no início do tumulto. A Secretaria de Segurança Pública lamentou o episódio, garantindo ter orientado os responsáveis pela operação para evitar a violência e o confronto.

Fonte: Zero Hora