São poucas as empresas que empregam surdos em Alegrete

A professora de Libras da Unipampa, Roberta Messa, reforça a necessidade de mais pessoas aprenderem a Língua Brasileira de Sinais- LIBRAS em Alegrete.

A luta pelos direitos das pessoas surdas é um desafio constante já que, muitas vezes, os surdos encontram-se à margem da sociedade. A língua de sinais faz parte do mundo dos surdos, pois facilita a compreensão da informação visual.

-Nós, juntamente com a Prefeitura promovemos um curso de Libras para servidores, professores da EMEB Lions Clube, diante da grande necessidades de incluir a nossa comunidade surda em Alegrete. E iniciamos uma turma de EJA apenas para surdos, conferindo assim a inclusão escolar”.

Na filial da Farmácia São João,da Avenida Assis Brasil, essa inclusão emociona, assim como a forma com que Neiva Jardim, de 53 anos, trabalha e é acolhida pela equipe. – Há três anos, quando mudamos para cá, conta a gestora,Carla Marques, trouxe alguns comigo e a Neiva não veio . Nossa, eu senti muita a falta dela e ela de nós, dai incluímos ela de novo aqui ,conta com alegria.

O valor da colaboradora surda é destacado por todos, porque ressaltam seu esforço e porque ajuda em todos os setores da loja.

– Eles sentem mais a falta da Neiva do que de mim quando não venho, diz rindo Carla.

Este é apenas um exemplo de inclusão em Alegrete que, segundo a professora Roberta Messa, tem uns 50 surdos e apenas cinco estão empregados na cidade.

Por isso, destaca ela, devemos focar no mercado de trabalho, porque as empresas devem dar mais oportunidade, também, aos surdos porque são inteligentes e capazes como qualquer outro colaborador, enfatiza

Aqui no Município, conforme Roberta, ainda são poucas as empresas que dão oportunidades a surdos. Um no mercado Peruzzo, outro no Texacão, uma na Farmácia São João e dois na APAE. Mesmo que a Lei 10 436- 2002 preconize que as empresas devam empregar, diz Roberta, no caso dos surdos, algumas preferem pagar multa, do que admitir um surdo, considera

  • Estou buscando contato de diferentes profissionais formados na área de Educação de Surdos com intuito de fortalecer esse trabalho e disseminar a Libras como conhecimento científico embasado em uma estrutura linguística complexa, mas que é necessário o conhecimento básico para que se desmistifique algumas ideias errôneas, romantizadas e preconceituosas em torno dessa língua e dessa comunidade Surda. Somos gratos a todos que de alguma forma contribuem com esse projeto que é a realização de um sonho para todos que estão envolvidos”, enfatiza a professora.

Vera Soares Pedroso