O anuncio da confirmação positiva para mormo no segundo exame numa égua de 10 anos, em uma propriedade nas pedreiras, colocou combustível nas discussões sobre o assunto no início da noite deste domingo(20). A coincidência da informação só ter sido revelada depois do desfile, deixou muita gente intrigada.
Quando esse caso começou ser noticiado, o que foi repassado exaustivamente para a imprensa, é que se tratava de um exame que tinha dado positivo, mas que não era definitivo, seria necessário um segundo exame mais específico. O material foi enviado para o Laboratório Referência do Ministério da Agricultura, em Recife, para a confirmação ou não da enfermidade. Passados quase dois meses, o resultado do exame deu positivo mais uma vez. Mas, agora esse não é mais o exame final e decisivo. Segundo a Inspetoria Veterinária, o exame de engenharia genética, sim, esse será o conclusivo e inquestionável. O critério para a confirmação da doença, mudou.
Enquanto isso, nós ficamos com as primeiras informações da própria Inspetoria Veterinária que apontavam para esse segundo exame, como a contraprova comprobatória final. Como deu positivo, confirmamos a informação: é mormo. A mesma interpretação tiveram outros órgãos de imprensa, como Portal G1 e outros.
Hoje pela manhã, a Prefeitura e Inspetoria Veterinária vão se manifestar logo após receberem um parecer oficial da Secretária de Agricultura do Estado. Ontem à noite, a assessoria de comunicação da Prefeitura, emitiu uma nota sobre a informação divulgada.
Confira:
A Prefeitura do Alegrete esclarece que a notícia veiculada pelo Portal G1 contradiz os dados oficiais da Secretaria de Agricultura e Pecuária do Estado do Rio Grande do Sul ao afirmar que existe caso confirmado de mormo em Alegrete.
O que existe, conforme informação da Inspetoria Veterinária do Estado, é o resultado não-negativo no teste de maleína no mesmo animal alvo de suspeita ainda em agosto. Este exame indica a presença no organismo da égua de anticorpos para a bactéria do mormo, e não a doença em si. Em caso de resultado não-negativo, a Diretoria de Defesa Agropecuária (DPA-SEAPA) orienta o isolamento preventivo e testes em animais da mesma propriedade.
Para a realização de eventos, deve-se aplicar a IN 003 de 2005, onde passa-se a exigir a participação exclusiva de animais com exames negativos e devida documentação sanitária (GTA), com a garantia compartilhada entre organizadores e participantes. Este procedimento tem acordo com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).
Foi exatamente esta a conduta adotada neste final de semana em Alegrete durante a realização dos Festejos Farroupilhas: os entes envolvidos cumpriram com o acordado e garantiram a realização dos eventos sem sobressaltos.
A informação equivocada do Portal G1 relativa ao caso semeia inquietação na população e dúvidas quanto à decisão da realização do evento. Apesar de reconhecer a paixão pela tradição gaúcha, nenhum evento é mais importante que a saúde dos alegretenses.
Contudo, a Prefeitura do Alegrete aguarda para esta segunda-feira (21) uma comunicação oficial da SEAPA sobre o caso.
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