Situação do Marfrig foi debatida por lideranças de Alegrete com o governo do Estado

Lideranças do município de Alegrete estiveram reunidos na última sexta-feira (20), em Porto Alegre com o governador José Ivo Sartori, secretário da agricultura, Ernani Polo e diretores do Marfrig e o prefeito Erasmo Guterres.

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O Presidente do Sindicato da Alimentação de Alegrete, Marcos Roose e o representante da CNTA Darci Rocha também participam da reunião.

Em pauta assuntos relacionados ao Marfrig no Estado e, principalmente em Alegrete.

Juntos debateram diversos pontos com representes do Sindicato Rural de Alegrete e discutiram ações de sustentabilidade para as operações da Frigorífico em Alegrete.

Os detalhes do acordo não foram revelados em comunicado oficial, o certo é que o Marfrig pleiteou em outras oportunidades uma possível redução do ICMS pago, e a adoção de um programa de identificação de origem do rebanho, o que agregaria valor ao produto comercializado pela empresa.

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Os benefícios vêm na esteira da decisão da Marfrig de operar sua fábrica em Alegrete, na Fronteira Oeste, a pleno vapor, anunciada nesta semana. A unidade funcionava abaixo de sua capacidade após a empresa firmar acordo com o Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região (TRT/RS) para mantê-la aberta por um ano. O plano original do grupo era fechar o frigorífico no começo de 2015.

O secretário estadual da Agricultura, Ernani Polo, disse em nota que o governo gaúcho está em contato com a Marfrig para construir um modelo de trabalho que auxilie a empresa ao fortalecer a oferta de matéria-prima por meio do aumento da produção pecuária. “Estamos trabalhando diretamente com os produtores, fazendo um trabalho integrado”.

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Os pedidos da empresa estão na questão da rastreabilidade. Há um entendimento comum de indústria, produtores e Secretaria da Agricultura de que o uso da ferramenta precisa avançar no Estado.

Esse é um projeto, como observa Rui Mendonça, diretor de Operações do Grupo Marfrig no Brasil, de longo prazo, embora na próxima segunda ocorra reunião sobre o tema na Federação da Agricultura do Estado.

As questões tributárias. Não seria nenhum novo benefício, garante o executivo, mas sim, a revisão de regras existentes que tiveram mudança de critérios ou interpretação por parte do governo do Estado.

Conforme a Secretaria da Fazenda foram, basicamente, dois pedidos. Um é para renovação do período de validade do benefício de crédito presumido, que termina neste ano. O outro, para que o crédito presumido possa ser transferido a outras empresas. A pasta solicitou encaminhamento formal e irá fazer avaliação jurídica.

Quanto a venda de gado em pé a empresa se diz preocupada com a operação que manda para fora o gado vivo. E não só a venda de terneiros para abate em outros Estados, mas também a mudança de operação do Pará para o RS do embarque de animais destinados à exportação.

A sugestão é por medida que restrinja esse fluxo, o que é alvo de crítica dos produtores.

“O gado em pé que saiu do Rio Grande do Sul representa apenas 5% do volume que costuma ser abatido no Estado. Temos é de fomentar a atividade no Estado”, resume Pedro Piffero, presidente do Sindicato Rural de Alegrete.

O diálogo aberto é para tentar impedir que a retomada do frigorífico de Alegrete, iniciada nesta semana, não fique ameaçada e a gente tenha uma reprise da novela exibida no ano passado, quando se anunciou a suspensão das atividades da unidade.