Depois da polêmica, prefeito vai enviar à Câmara de Vereadores um projeto de alteração da lei que determina uniforme, para liberar a vestimenta.
O taxista Ricardo Gonçalves já foi multado três vezes em Santa Maria, na Região Central do estado, onde trabalha. Não por infrações de trânsito, mas por trabalhar de bombacha, peça de roupa típica gaúcha. Isso porque há um decreto que vigora na cidade que determina o tipo de roupa que motoristas de táxis devem usar.
Natural de Rosário do Sul, na Fronteira Oeste, Ricardo diz que sempre usa bombacha e nunca cogitou trocar de roupa. “Eu sou gaúcho, não estou gaúcho. Trabalhando no táxi, no entra e sai, com calça jeans apertada, sua, agarra”, explica o motorista.
“Me adaptei. Em dia de calor tu dá uma chacoalhada na perna da bombacha e te refresca, assim como a mulher de saia.”
Desde 2014, o decreto determina que os motoristas que trabalham com uma concessão pública tenham que usar calça ou bermuda, jeans ou social, nas cores azul e preto. Além disso, também precisam vestir camisa social ou polo, sem estampa, e o calçado precisa ser preto, sendo sandália ou sapato.
Uma das multas de Ricardo foi de R$ 149, que ele já recorreu, mas perdeu e teve que pagar. As outras duas multas aguardam recurso. E se ele perder, terá mais um prejuízo: R$ 472.
A boa notícia é que, depois de tanta polêmica, Ricardo se reuniu com o prefeito Jorge Pozzebom, que se comprometeu em enviar à Câmara de Vereadores um pedido de alteração na lei para que os taxistas possam trabalhar de bombacha, ou seja, pilchados.
Entretanto, até a alteração ser votada, Ricardo terá que cumprir a lei ou poderá ser novamente multado.
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O motorista de táxi Ricardo Gonçalves, de Santa Maria, disse que não vai deixar de usar bombacha. — Foto: Reprodução/RBSTV
Fonte: G1