Tenente aposentado da BM mediou conflitos sociais e vivenciou os dramas da maior enchente do RS

Após três meses dedicados ao voluntariado durante as enchentes que assolaram Porto Alegre, o Tenente Jorge Nei Machado retorna à aposentadoria com a sensação de dever cumprido.

O trabalho que começou em Alegrete como voluntário da Defesa Civil Municipal foi expandido ao integrar a Brigada Militar (BM) em Porto Alegre, onde atuou em uma missão que demandou não apenas habilidades militares, mas também empatia e liderança.

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Durante os 90 dias de serviço, o Tenente Nei enfrentou desafios significativos, desde o controle da criminalidade em abrigos até a mediação de conflitos sociais. “No início, foi um trabalho árduo para controlar toda a criminalidade que se aproveitava da situação nos abrigos, além do conflito de facções que também foi uma realidade”, afirmou. No entanto, ele destaca que, com o tempo, foi possível se inserir na nova sociedade que se formou em meio ao caos. A interação com as crianças nos abrigos tornou-se uma das partes mais gratificantes da missão. “Conversei e brinquei com elas, joguei futebol, desenhei, e fiz todo o possível para plantar a sementinha do bem.”

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Além do trabalho direto com a população, o policial militar também exerceu um papel fundamental como ouvinte das histórias de perda e sofrimento daqueles que foram diretamente afetados pelas enchentes. “Tomei chimarrão e ouvi as mais diversas e tristes histórias. Em alguns momentos, precisei até me afastar para controlar a emoção de ver o choro e a tristeza de quem havia perdido muito do pouco que tinham.”

Ao fim de mais essa missão, o Tenente Nei expressa gratidão a todos que trabalharam ao seu lado e reforça sua disposição em continuar servindo, mesmo após a aposentadoria. “Espero que não, mas se um dia nosso povo precisar novamente, com certeza contem com este veterano voluntário, ainda mais se for para usar com orgulho uma farda Brigadiana.”

O retorno à vida de aposentado vem com a certeza de ter contribuído significativamente para a comunidade durante um dos momentos mais críticos do ano. Ao entrar para a reserva no final do ano passado, o Tenente Machado havia afirmado que jamais seria um “ex-brigadiano”. “Tiro a farda física, mas ela permanece impregnada na alma. Força e honra.” Essas palavras resumem não apenas sua carreira de 32 anos e seis meses, mas também a essência de um militar que, mesmo na reserva, continua a servir com o mesmo comprometimento.

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A missão em Porto Alegre é um capítulo a mais na trajetória do Tenente Jorge Nei Machado, que não hesitou em atuar quando a população mais precisou. “Obrigado aos irmãos que ombrearam comigo na missão! Avante Rio Grande do Sul!’

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