Uma coleção para a história e a cultura

Torneiro mecânico ostenta uma super coleção de gaitas de botão

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Aristides Nunes Bitencourt ,72 anos, desde criança pegou gosto pelas gaitas. “Criei-me em meio a gaiteiros e achava lindo os foles se abrindo e o som que elas produziam”, conta. O torneiro mecânico aposentado,mas que até hoje trabalha em casa, diz que seu pai era de Caçapava do Sul foi empregado de uma das fazendas do ex- presidente, João Goulart e que,em uma de suas andanças, veio parar em Alegrete.
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Ele era gaiteiro, fala rindo, o torneiro mecânico. “Eu só floreio uns chamamés e vanerões que aprendi,ainda gurizote,com meu tio e xará- Aristides,lá pelo Caverá”, destaca.
O experiente e calmo senhor diz que quando jovem virou “povoeiro”, e se mudou  para o Alegrete para estudar, mas sempre garimpando uma gaita aqui e ali, até montar a sua coleção.
A paixão pelo instrumento musical – as gaitas de botão- fizeram com que ele montasse um espaço especial na sua casa, na rua Barros Cassal, para expor a sua coleção. São 50 gaitas de vários modelos e países. Todas originais e funcionando.
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Uma das relíquias de sua coleção é uma gaita de dois baixos, a alemã Rigal, fabricada em 1870. Esta ele conseguiu no Uruguai.
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Os instrumentos raros são ricos em detalhes, nos botões e no acabamento.
Outra que ele destaca é uma de 120 baixos, a Sartorelo, que ganhou do amigo e renomado gaiteiro gaúcho, Renato Borghetti.
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Com  disponibilidade e bom humor conta que grandes talentos da música do RS, que tocam como se brincassem com os teclados, já passaram pela sua casa para conhecer as suas gaitas, dar um dedo de prosa e tomar um bom chimarrão. Entre eles: Gilberto Carvalho, Mano Lima e Pedro Ortaça.
Questionado se a esposa, Odila de 64 anos, ajuda a cuidar da coleção o torneio mecânico que trabalhou, na década de 60, na construção da Usina Termoelétrica Oswaldo Aranha fala brincando:  “ claro que ajuda e ainda limpa, senão é desquite na certa”.
Esta é uma gaita igual a do Bagre Fagundes,comenta orgulhoso.
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As gaitas de botão, segundo Aristides, se classificam a partir de dois baixos e podem chegar a 120 baixos. Em mais de 30 anos ele conseguiu colecionar gaitas de botão de todos os tipos de baixos.
Hoje, já pensa bem antes de comprar alguma. Segundo ele tem que ser muito rara.
“Este meu hobby é uma curiosidade aos gaiteiros mais jovens. A gurizada gosta de vir aqui conhecer o cabedal, a história e a cultura que juntei em casa com esta coleção de gaitas..
 Por:Vera Soares Pedroso