
No final do mês de fevereiro, pesquisadores da Unipampa – Campus Alegrete, instalaram a primeira torre micrometeorológica do município, um marco inédito para a pesquisa agroambiental na fronteira oeste do RS.
A iniciativa integra o projeto “Semeando sustentabilidade no pampa: avaliação do impacto da utilização de boas práticas no cultivo do arroz sobre o balanço de gases de efeito estufa”, contemplado em um edital da Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura do Estado do Rio Grande do Sul (SEMA) e da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul (FAPERGS).
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De acordo com o professor da Unipampa, Doutor em Física, Felipe Denardin Costa, a torre está equipada com tecnologia de ponta para medir e monitorar, em tempo real, variáveis meteorológicas e os fluxos de dióxido de carbono e metano. Entre os equipamentos instalados, destacam-se analisadores de gases, anemômetros sônicos para medir a velocidade do vento, sensores de temperatura e umidade relativa do ar, além de um sistema de aquisição de dados em tempo real, capaz de realizar 10 medidas por segundo. Com isso, será possível compreender melhor as interações entre solo, vegetação e atmosfera, quantificando quanto a cultura emite ou captura carbono da atmosfera. Ele diz que essa informação pode ser uma ferramenta essencial para que os produtores tenham acesso ao mercado de crédito de carbono, agregando valor à produção por meio de práticas agrícolas sustentáveis.
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Torre de monitoramento de gases de efeito estufa em Alegrete
-A instalação da torre representa um avanço na pesquisa agroambiental, permitindo que produtores tenham acesso a dados que podem embasar a adoção de práticas mais eficientes e sustentáveis. Além disso, o monitoramento contínuo pode abrir caminho para a participação no mercado de carbono, criando novas oportunidades econômicas para a agropecuária, destacam os que realizam esse trabalho.
O projeto conta com a participação de pesquisadores de diferentes áreas, incluindo física, engenharia agrícola, agronomia e ciência da computação, além da colaboração de instituições nacionais e internacionais. A equipe destaca a colaboração com as famílias Dalcin e Bley, que tiveram um papel essencial ao apoiar a iniciativa, viabilizando a instalação da torre e contribuindo para a pesquisa. O Instituto Rio Grandense do Arroz (IRGA), por meio do 9º NATE, também tem sido um parceiro importante no desenvolvimento do projeto.
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“A instalação dessa torre representa um passo fundamental para o avanço científico e tecnológico na região. Estamos conduzindo pesquisas de ponta, alinhadas com os principais centros científicos do mundo, e trabalhando para que os produtores possam agregar valor à sua produção. Esses dados têm o potencial de demonstrar que a agricultura, além de garantir a produção de alimentos e impulsionar a economia, é parte da solução para os desafios climáticos que enfrentamos”, destacam os pesquisadores envolvidos na iniciativa.
Com a torre em operação, o projeto reforça o compromisso da Unipampa com a inovação e a sustentabilidade na agropecuária, demonstrando que o setor pode ser um aliado no enfrentamento das mudanças climáticas e na construção de um futuro sustentável.