Narcos é um documento histórico, não só sobre um episódio caro à Colômbia, mas também à América Latina, em geral e, sobretudo, para os Estados Unidos. Isso porque a série, com produção executiva do brasileiro José Padilha (Tropa de Elite), mostra de forma realista não apenas o surgimento e ascensão de um dos criminosos mais conhecidos da história contemporânea mundial, a saber, Pablo Escobar, mas como a omissão de um governo – notadamente os da Colômbia e EUA – pode gerar consequências no dia a dia do cidadão comum.
A história de Pablo Escobar é tentadora (adaptável) e conhecida no meio audiovisual. Já foi tema de séries e filmes – como El Patrón del Mal (2012) no primeiro grupo; e Paradise Lost (ainda sem previsão de estreia no Brasil), com Benício del Toro, só para citar exemplos mais recentes – e continuará sendo (Javier Bardem vai incorporar a lenda em Escobar).
O que Padilha e sua equipe fazem de diferente é – além de fugir da glamourização – ir mais além, ampliando o espectro para a escalada do narcotráfico. O formato, em episódios, claro, é perfeito para caminhar com calma (palavra não exatamente associável a essa série).